Pessoas com deficiência locomotora registram alto número de abstenções de votos no Cariri

Por Gilles Diniz, João Batista e Saymon Furtado

Região metropolitana do Cariri registra altos índices de abstenção de pessoas com mobilidade reduzida.

A eleição de 2022 se tornou o pleito com o maior número de abstenções desde 1998. No Brasil mais de 31 milhões de pessoas deixaram de votar, o que representa 20% do eleitorado do país. Na região metropolitana do Cariri, muitos eleitores aptos não compareceram às urnas no primeiro turno. As pessoas com deficiência não ficam de fora dessa estatística, já que a falta de acessibilidade também é um dos fatores para impedir que elas possam exercer o voto.

Muitas são as dificuldades para quem possui alguma necessidade especial, principalmente se for locomotora. Estas pessoas, a depender da necessidade, recorrem a equipamentos específicos para se deslocarem. As pessoas acometidas de monoplegia (quando apenas um membro - superior ou inferior - perde o movimento) ou hemiplegia (perda de movimento de uma porção do corpo) necessitam do auxílio de próteses, muletas ou andadores, itens também usados por pessoas amputadas. Já as acometidas pela paraplegia (perda do movimento dos membros inferiores) precisam de cadeiras de rodas para se transportar.

Na eleição deste ano, cerca de 163 mil seções com acessibilidade foram contabilizadas no país e a estimativa é de que cerca de 1,2 milhão de pessoas com deficiência fossem às urnas, mas com o alto número de abstenções registrado pelo Superior Tribunal Eleitoral a realidade foi bem diferente.

Pessoas com mobilidade reduzida necessitam de algum tipo de amparo para poderem se deslocar, como é o caso de muitos eleitores com deficiência aqui na região do Cariri. Estima-se que mais de 70 mil eleitores aptos não compareceram às urnas na região metropolitana do Cariri, dos quais 1.429 não compareceram sob a justificativa de deficiência locomotora, abstenção que pode ser observada por município no mapa abaixo.

Para pessoas que possuem alguma comorbidade, e que não possam exercer o voto por conta de deficiência auditiva, locomotiva, visual o TSE dispõe de mecanismos de acessibilidade como: atendimento prioritário a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, com idade igual ou superior a 60 anos; essas pessoas podem requerer transferência do local de votação para uma sessão que tenha acesso e que tenham rampa ou elevadores.